ੴ ੴ Vamos participar minha gente. A união, faz a força!!!

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

ੴ ੴ Sobre os benefícios da Nutrição Parenteral!!!

Quais os principais benefícios da nutrição parenteral?

Autora do texto: Letícia De Nardi Campos - Nutricionista do Ganep Nutrição Humana. Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Gastroenterologia da FMUSP. Pesquisadora do Laboratório de Metabologia e Nutrição em Cirurgia (METANUTRI - LIM 35 - FMUSP). Especialista em Nutrição Clínica pelo GANEP.

Fonte do texto: Site Nutritotal

A nutrição parenteral (NP) tem sido utilizada em diversas situações clínicas. Os primeiros benefícios de seu uso foram observados em pacientes com fístulas gastrintestinais, impossibilitados de consumir uma alimentação oral. Novos conhecimentos e tecnologias melhoraram a seleção de pacientes aptos à NP, e as técnicas para uso e terapias individualizadas tornaram a NP mais segura.

Segundo a ASPEN (American Society for Parenteral and Enteral Nutrition), a NP mostra-se benéfica nos seguintes casos: suporte nutricional perioperatório em pacientes com moderada a grave desnutrição, doença de Chron em fase aguda, fístulas gastrintestinais, síndrome do intestino curto grave, pacientes críticos com indicação de NP prolongada e pancreatite necrotizante aguda e grave.

O estado nutricional do paciente parece ser um dos fatores determinantes do sucesso da NP. Em geral, a NP melhora as condições nutricionais e se mostra benéfica em pacientes com desnutrição moderada a grave, e pacientes moderadamente desnutridos com cirurgia do trato gastrintestinal superior. No entanto, efeitos benéficos da NP não são demonstrados em pacientes nutridos ou levemente desnutridos. O consenso geral é que a NP é eficaz em pacientes com trato gastrintestinal inadequado.

Importante ressaltar que o principal propósito da NP é a adequada oferta de nutrientes, compatível com a condição clínica do paciente. E mais importante ainda é que os nutrientes ofertados na NP, aminoácidos, ácidos graxos e glicose podem atuar e beneficiar as funções inflamatórias e imunológicas do paciente.

As formulações de NP geralmente contêm os aminoácidos essenciais, enquanto que os não essenciais podem ser sintetizados pelo organismo. No entanto, o fígado e o rim, principais órgãos envolvidos na síntese de aminoácidos, muitas vezes estão comprometidos ou com funções diminuídas em pacientes críticos. Desta maneira, para estes pacientes, além da necessidade de aminoácidos estar aumentada, a produção endógena também se encontra diminuída. A suplementação da NP com os aminoácidos não essenciais poderiam, assim, beneficiar estes pacientes.

Os aminoácidos disponíveis na prática clínica para suplemento da NP são: dipeptídeo (alanilglutamina), arginina, cisteína e taurina. O uso de alanilglutamina com resultados positivos tem sido reportada na literatura científica, como na metanálise do Instituto Cochrane e de Novak e colaboradores. Redução da taxa de infecção, menor permanência hospitalar, menos complicações infecciosas em pacientes cirúrgicos e redução da mortalidade em pacientes críticos são alguns dos resultados promissores da alanilglutamina.

Os ácidos graxos considerados essenciais são o ácido linoléico (poliinsaturado ômega-6) e o ácido linolênico (poliinsaturado ômega-3). Estes ácidos graxos são precursores de inúmeros mediadores lipídicos inflamatórios, sendo ômega-6 com potencial pró-inflamatório e ômega-3 com efeito oposto. Assim, uma NP equilibrada deve fornecer quantidade adequada de ambos ácidos graxos essenciais. Diversas emulsões lipídicas com diferentes quantidades, tipos e fontes de ácidos graxos foram desenvolvidas com intuito de melhorar a resposta imuno-inflamatória do paciente em uso de NP.

Por fim, podemos concluir que a nutrição parenteral pode sim trazer benefícios. A correta indicação, de acordo com o diagnóstico e estado nutricional do paciente, bem como prescrição dos nutrientes que a compõem, são imprescindíveis para uma terapia nutricional adequada, segura e benéfica para o paciente.

Nenhum comentário: